Eu não sei o que tem de tão anormal em não gostar de balada. Às vezes me sinto um ET quando me perguntam: "TU É LOUCA? COMO ASSIM NÃO GOSTA DE BALADA?". Um, não sou louca. Dois, não gosto, ué! Qual o problema nisso?
Você já parou pra analisar o que é uma balada?
Você se arruma toda, veste o melhor modelito - tipo a roupa de ir à missa - reboca o rosto com a makeup, alisa a cabeleira, pega o carro e sai linda de casa.
Chega na balada, já da de cara com o flanelinha que te cobra no mínimo dez reais pra "cuidar" do seu carro que, aliás, vai ficar na rua. Fase flanelinha concluída, você passa para a fase dois: "A FILA".
Chegando na frente do clube, encontra mais um monte de malucos, como você, que já fizeram todo o ritual de se arrumar, pegar o carro, pagar o flanelinha, enfim, todos estão ali pelo mesmo motivo: entrar na “discoteca” onde um DJ solta o som e luzes piscam quase te cegando. Talvez pra dar sentido àquela frase "de noite todos os gatos são pardos". Você não vê ninguém, ninguém te vê e tudo é lindo. Depois de meia hora na fila, sendo otimista, você entra.
Chegando na balada, dá-se início à fase três: "Mamãe, I wanna be V.I.P". É uma briga de ego gigantesca, começando por quem tem mais pulseirinhas vips no pulso. O grande lance é ter todas as cores, pois isso indica que você tem free pass para todas as áreas do baile - como diz um amigo meu -
Depois você agita a noite toda, dança com as amigas, agüenta alguns caras chatos, encontra sempre aquelas mesmas pessoas e volta pra casa com um grilo no ouvido de tão alto que o mister DJ mandava vê no "bate-estaca".
No outro dia você está acabada, com uma cara de quem não dorme há uma semana, com uma ressaca do tipo: "Quero minha cabeça, como faz?" e rezando pra que ninguém lembre do que você falou sobre o seu ex ou que o seu ex não lembre do telefonema na madrugada. – ahh, fala sério, quem nunca ligou pro ex numa balada depois de alguns drinks a mais, an? -
Claro que eu dei uma exagerada em alguns aspectos, mas vai dizer que 99% das baladas não começam e terminam assim? - você está dizendo que não, mas sabe que é! haha -
Eu juro, não consigo achar graça nisso. Obvio que já curti alguns festerês, dancei até doer o joelho, acordei procurando minha cabeça, comi até sushi, que eu detesto, com a mão depois de alguns “champãs”. - porque eu tinha pulseiras coloridas. hahaha brincadeira! -
Veja bem. Não estou falando que não da pra se divertir com os amigos numa "night" - como falamos aqui em Floripa - O que quero dizer é que não consigo entender como existem pessoas que só vivem pra isso. O tempo passa, passa e a pessoa continua a mesma vida que levava quando tinha seus 15 anos e começava a cair nas gandaias da vida.
Hoje eu prefiro, mil vezes, uma janta com as amigas, fazer nada em casa, ir a shows, cinema, ficar com a família. Troco qualquer "embalo de um sábado à noite" por música e boas conversas com as pessoas que eu gosto. - agora eu sou cool. haha tá brincadeira, de novo! -
Por favor, não me perguntem por que evito as cobiçadas baladas da ilha. Juro que não passei por nenhuma situação traumatizante. Nem tomei porre, fiquei pelada no club e depois disso fiquei com vergonha de sair em público com medo que me reconheçam e digam: “Olha ali a peladona”.
Eu só não gosto de lugares muito cheios e músicas sem letras ou com frases que se repetem, pelo menos, 30 vezes em cada faixa. Ah, também não gosto daquelas músicas que começam e terminam sem a gente perceber. - o dj emenda uma na outra, e na outra, e parece que é sempre a mesma -
Vai ver eu sou mesmo um ET. Quem sabe de Marte. Ou melhor, de Vênus.
E ponto final.