- O tempo não é bom na cidade quase maravilhosa, quase porque aqui não é lá. Apesar de parecer. Sabe como é, não faz tanto calor, aliás, faz frio demais, e ao invés de flores, traz chuva na primavera, e nada desabrocha, murcha.
- Mas que cidade sem vergonha, viu? Como pode alguém viver em um lugar como esse, onde faz frio quando deveria fazer calor e as flores murcham na primavera? Deve ser um lugar terrível!
- Não é não! É tranquilo, apesar de viver em constante guerra e a vista é bonita às 14:57 da tarde, se você conseguir chegar no mirante que fica na colina mais alta da cidade. Mas é quase impossível ir até lá, só existe um caminho, que precisa ser feito à pé, e a trilha é de cacos de vidro. Por isso, a maioria das pessoas se contenta com a vista cinza aqui de baixo.
- Como você pode viver em um lugar como esse?
- Eu não tenho escolha! Eu não posso deixar essa cidade, faz parte de mim. Eu aprendi a conviver com as dificuldades que ela me impõe. Eu não posso fazer nada.
- Não pode ou não quer?
- Talvez eu não queira.
- Vem comigo, eu te levo pra outro lugar!
- Eu não posso! Preciso ficar!
- Por quê? Você não é feliz aqui!
- Quem é você pra me dizer que eu não sou feliz?
- Quem é você pra me garantir que é feliz?
[ sobre se olhar no espelho e só pensar... ]
Um comentário:
Essa cabeça a mil por hora... Já pensou em ir mais devagar?
:)
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